sábado, 20 de dezembro de 2014

Boas Festas

Estamos chegando ao final de mais um ano e espero que o espírito de natal renove as esperanças em um mundo melhor. Que signifique a renovação dos ideais, do amor ao próximo e da PAZ mundial.
Feliz Natal e um 2015 cheio de boas novas!

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Projeto Little Sun

Vi esta reportagem no blog do meu amigo Paulinho (http://fernandespfs.blogspot.com.br/), fiquei encantada e resolvi compartilhar.


Difícil conceber que em pleno século 21, quando muitos de nós não conseguimos mais imaginar nossas vidas longe de tablets, smartphones ou redes sociais, cerca de 1,2 bilhão de pessoas ainda não tem acesso à eletricidade no mundo. A maior parte delas vive na África, mas sabemos que aqui mesmo no Brasil, ainda há muita gente – principalmente nas regiões Norte e Nordeste, sem energia.
Em muitos destes lugares, a única maneira de ter luz em casa é usando lampiões de querosene. Todavia, além de ser caro e inflamável, ele é extremamente tóxico. Respirar o ar de uma noite iluminada com lampião de querosene é equivalente a fumar dois maços de cigarro. E pensar que muitas crianças o usam diariamente para poder, por exemplo, fazer a lição de casa.
Para dar fim a esta situação e levar luz a quem precisa, o artista Olafur Eliasson e o engenheiro Frederik Ottesen criaram a linda flor amarela que você ve nestas fotos: a Little Sun. A pequena lâmpada LED portátil, recarregável com energia solar, foi criada para ser uma fonte limpa, confiável e de baixo custo para comunidades pobres e sem acesso à eletricidade. “A luz é para todos – ela determina o que fazemos e como o fazemos”, afirma Olafur.
Mas este não é um projeto filantrópico. A Little Sun não é doada. E esta é justamente a parte mais bacana da iniciativa. Explico. Este é um negócio social. Ele visa a geração de renda através da criação de novos empregos e a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Atualmente a lâmpada solar é comercializada em pontos de venda na Europa e Estados Unidos. Nestas regiões, onde há fácil acesso à eletricidade, a Little Sun é vendida por preços mais caros (custa 22 euros na Europa). Todavia, a empresa faz parceria com estes revendedores para que tenham uma margem de lucro mínima.
O dinheiro restante é usado na abertura de pequenas lojas na África, onde comerciantes locais vendem a lâmpada por um custo bem mais acessível. Com este investimento social, a Little Sun gera renda, ao mesmo tempo em que leva eletricidade para mais famílias. A cada 5 horas de recarga solar, a lâmpada gera luz leve suficiete para 10 horas ou forte para durar por 4 horas.



A Little Sun já é distribuída em oito países do continente africano: Etiópia, Uganda, Quênia, Burundi, Senegal, África do Sul, Nigéria e Zimbabue.
O impacto social é enorme. Confira o resultado os números até agosto de 2014:
- 85 mil lâmpadas vendidas nos países sem acesso à energia;
- 290 mil pessoas beneficiadas;
- 200 comerciantes aderiram ao projeto;
- 4.200 toneladas de CO2 deixaram de ser emitidas;
- US$ 1.520 bilhão foi economizado com a redução de despesas com energia off-grid nestas famílias.
No começo deste ano, o projeto social recebeu um importante e valioso apoio. A organização Bloomberg Philanthropies, do ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, fez um investimento de US$ 5 milhões na iniciativa.
Little Sun é uma solução sustentável, que promove o desenvolvimento social. A linda flor amarela que Frederik Ottesen e Olafur Eliasson conceberam quer fazer muito mais do que simplesmente iluminar. Ela quer erradicar a pobreza e garantir saúde, educação, equidade de gêneros e sustentabilidade para todos.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

A Casa do Luto

Queridos Leitores,


Peço desculpas por esta longa ausência. Desde janeiro de 2014 mudei de estado. Hoje me encontro em Santa Bárbara do Monte Verde-MG. 
Depois de alguns acidentes e percalços, resolvi mais uma vez que não me deixarei vencer!!!!!
Uma amiga muito amada, Priscila Garcia, escreveu este texto que eu gostaria que todos vocês lessem. Tem tudo a ver comigo e espero também que lhes diga alguma coisa, porque nesta casa do luto existe muita gente querida que faz fluir o amor, amizade, fraternidade, e tudo isso me toca às lágrimas e me faz desejar continuar a caminhada...
Mas, como diz a minha amiga Pri, no final de tudo conseguirei fazer uma canastra real!!! 

Vou tentar ser mais cuidadosa com vocês postando regularmente textos, vídeos, músicas, que sejam do interesse de todos. Estamos no outono, época em que as folhas caem e o universo conspira para um novo renascer! Tenho certeza de que quando chegar a primavera estarei conseguindo andar.

Até lá vou buscando inspirações para manter-me em contato com vocês. Desde já sou grata por me seguirem...

Beijos carinhosos. 


sábado, 12 de abril de 2014

A Casa do Luto

Eclesiastes. Este livro da Bíblia preenche um lugar de verdade para quem experimenta momentos de deserto. O sábio vê tudo e chega sempre à conclusão de que tudo é vaidade. Observando a “casa do luto”, o sábio diz que ali há mais sabedoria do que na casa em que há festa porque, neste lugar, todos ponderam sobre a vida.
Quando minha prima passou oito anos de cama, conheci, pela primeira vez, a sabedoria que há na “casa do luto”. Seu pequeno quarto no apartamento em Niterói era o local onde sempre me sentava ao seu lado, tomando café e conversando sobre as coisas da vida. Às vezes, chorávamos juntas por qualquer coisa. Falávamos sobre as histórias da família, comentávamos sobre coisas que tínhamos visto e assistíamos TV. Gostávamos de ver aqueles programas sobre pessoas pobres que ganhavam passagem pra voltar pra casa e rever a família. Fazíamos isso de propósito, porque gostávamos de competir pra ver quem ia aguentar mais tempo sem chorar. Na maioria das vezes, aquele quarto era palco de muitas risadas ou conversas sérias sobre a razão do sofrimento, os graves abalos da fé e o consolo de Deus.
Minha prima se recuperou e hoje vivemos em cidades distantes. Tenho hoje uma amiga que está de cama por causa de um joelho quebrado. Frequentemente, vou à sua casa e fico no quarto conversando com ela. Foi em uma dessas visitas que me surpreendi com a semelhança entre as situações. O quarto cheio de enfeites, colares pendurados, coisinhas em miniatura, detalhes coloridos como os do quarto de minha prima. Parecia que o cenário tinha sido montado de mesma forma, pela mesma pessoa. De repente, me vi sentada ao lado da cama filosofando, rindo e chorando outra vez.
Conversamos sobre a questão do sofrimento e como ele parece ser aleatório. Alguém questionou o motivo pelo qual uma pessoa que não está fazendo mal a ninguém passa por momentos tão dolorosos, enquanto outros que existem absolutamente para ferrar a vida alheia, às vezes morrem de velhos, em suas casas luxuosas, rodeados pelo fruto confortável do que roubaram do pobre. Sempre parece muito injusto que o sofrimento venha para quem é ético, bom, de boa conduta. Eclesiastes volta à cena.
Ficamos imaginando que se as contas fechassem, isto é, se quem faz errado recebesse a paga instantaneamente e se quem faz certo ficasse imune ao sofrimento, nosso livre arbítrio poderia sofrer uma quebra fatal. Ninguém mais escolheria fazer as coisas por querer mesmo fazê-las e sim porque haveria a recompensa ou o castigo para reforçar o comportamento. Seríamos como cobaias na gaiola acionando o botão correto para receber alimento.
De repente, fiquei imaginando que estamos todos sentados à mesa de carteado. Alguém embaralhou e está distribuindo as cartas aleatoriamente. Recebemos aquela mão de cartas. Não tivemos nenhuma escolha. Algumas vezes, as cartas são excelentes e já começamos o jogo acreditando que vamos bater bem rápido. Outras vezes, recebemos cartas que nos desanimam e nos fazem achar impossível ganhar o jogo. Mas o jogo não acaba quando recebemos as cartas. Ele só está começando. O que fazemos com as cartas, o que compramos da mesa, as associações que somos capazes de formar, isso tudo é que vai nos fazer prosseguir e até ganhar o jogo, mesmo com cartas não muito favoráveis, ou vai nos fazer perder o jogo, mesmo com as grandes possibilidades que tínhamos no início.

Minha prima e minha amiga de joelho quebrado receberam cartas bem ruins. Estive com elas neste lugar onde há sofrimento, ou seja, na “casa do luto”. Sentada ao lado de suas camas, em momentos diferentes de minha vida, joguei com elas o baralho das ideias e sentimentos sobre a existência humana e vi que elas estavam fazendo um jogo muito bom, com grande possibilidade de bater com canastra real.